Ministério da Agricultura avança no rastreamento eletrônico da pecuária

"Temos áreas suficientes e mal utilizadas.  Não há nenhuma razão de qualquer pecuarista reclamar que estamos restringindo a produção."  É se baseando nessa afirmação, dada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Reinhold Stephanes, ao site Globo Amazônia, que está sendo estudado pelo Mapa, um controle eletrônico baseado em imagens de satélite com o objetivo de impedir a criação de gado em áreas desmatadas a partir do ano que vem.


Através do georreferenciamento das fazendas (terão suas áreas medidas eletronicamente) e monitoramento via satélite, pretende-se acompanhar a produção de cada fazenda e, caso haja desmatamento, o sistema irá bloquear a fazenda, impedindo assim o transporte e a venda do gado.


O programa tem previsão para começar em janeiro de 2010, com 14 mil fazendas cadastradas nas regiões oeste e leste do Pará.  Em um ano, o ministério pretende acompanhar toda a produção bovina do Estado e, a partir de 2011, expandir o programa para todo o bioma Amazônia.  Até o final do ano que vem, está previsto o investimento de R$ 1,5 milhão no projeto.


Essa ação é reflexo da denúncia feita pelo Greenpeace através do relatório “A Farra do Boi na Amazônia”, que mostrou como grandes frigoríficos estavam comprando gado de áreas desmatadas ilegalmente, resultando em mais desmatamento, trabalho escravo e invasão de terras indígenas.


O programa, no entanto, não irá associar ao cadastro das fazendas listas de áreas embargadas publicadas pelo Ibama o cadastro de propriedades rurais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou a relação dos empregadores que utilizaram mão-de-obra análoga à escravidão, publicada a cada seis meses pelo Ministério do Trabalho.


É um importante passo rumo ao desmatamento zero, mas ainda há muito a ser feito.

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