Produção de urânio na Amazônia pode levar país a exportar o minério

O presidente da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Alfredo Trajan Filho, afirmou que a empresa negocia um acordo para a extração de urânio com a mineradora peruana Minsur. A mineradora comprou, no ano passado, os direitos de exploração da mina do Pitinga, no município de Presidente Figueiredo (107 km de Manaus), antes pertencentes ao grupo Paranapanema.

Além de Angra 1 e 2 - ambas em operação - e Angra 3, que passa a operar em 2014, quatro novas usinas nucleares são planejadas para entrar em funcionamento no Brasil até 2030 e deverão usar 250 toneladas por ano de urânio.

Mas, antes mesmo de a primeira classe dessas quatro novas usinas começar a operar, e sem contar com o potencial de Pitinga, o Brasil produzirá 2800 toneladas de urânio por ano. E usando menos do que a terça parte disso.

Trajan Filho defende que o país exporte o urânio que produzir a mais para geração de energia nas usinas nucleares. Em 2014, o Brasil planeja dominar em escala industrial todas as etapas do combustível nuclear.

Nos últimos anos, ganhou espaço a tese de que a energia nuclear é mais limpa do que a tradicional queima de combustíveis fósseis (termoelétricas) pois não emite gases do efeito estufa que agravam o aquecimento global. Mas, se considerarmos a mineração do urânio, a construção da usina e seu posterior desmantelamento, as nucleares emitem muito mais gases do que outras formas de energia.

E isso tudo sem falar na produção do lixo radioativo. Para perder seu efeito radioativo, o urânio precisa ficar armazenado por milhares de anos e ser tratado com enormes cuidados. Esse problema poderia ser mitigado com o reprocessamento do mineral (tecnologia que o Brasil não possui), mas que é feito por meio desse processo que o plutônio, utilizado em armas nucleares, é gerado.

Para garantirmos um futuro saudável para essa e as próximas gerações, devemos optar pelas fontes de energia renovável - como biomassa, pequenas hidroelétricas (PCH), eólica e energia solar - que asseguram a sustentabilidade da geração de energia a longo prazo e  reduzem as emissões atmosféricas de poluentes, deixando assim a energia nuclear como um passado perigoso.

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