A Voz do Xingu

Na última quarta (04) projetamos na parede do Ministério de Minas e Energia (MME) um documentário sobre as manifestações realizadas em tribos indígenas no Xingu contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.

As cenas foram gravadas na Aldeia Piaraçu, na Terra Indígena Capoto/Jarina, entre os dias 28 de outubro e 4 de novembro. Nesse período, os ministros do Meio Ambiente e Minas e Energia foram convidados a ir ao Xingu para discutir os impactos da obra na região. Eles não apareceram nem mandaram representantes. Os índios, então, foram para a capital.
A exibição é uma resposta ao ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, que, em setembro, deu uma declaração sobre a demora da emissão da licença ambiental, dizendo que existem forças demoníacas puxando o país para baixo. Lobão atribuiu ao Ministério Público (MP) e às organizações não-governamentais o papel de “forças ocultas” nesse processo. O filme mostra que, ao contrário do que diz o ministro, nada é oculto.
Se concretizado, Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo e vai causar impacto mais de 9 milhões de hectares de floresta, uma área equivalente a duas vezes a cidade do Rio. Sua construção alagará 51 mil hectares de floresta e estima-se que atrairá para a região mais de 200 mil pessoas, provocando o aumento no desmatamento em diversos municípios da bacia do rio Xingu. “Se Belo Monte for mesmo construída, muitas coisas vão ficar diferentes. O peixe vai desaparecer e vai matar tudo o que a gente tem”, diz o cacique Sadea. “O índio não aguenta comer arroz e feijão, pão e refrigerante todo dia. Ele vive do beiju e do peixe. A minha comunidade não consegue viver sem peixe e o rio Xingu é o que dá peixe para gente”, completa a índia Watalakalu Yawalapiti. 
Assista ao vídeo projeto na parede do MME:

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