Um Passado [e Futuro] de Absurdos Gloriosos





Está marcada para terça-feira, 24 de abril, a votação do Novo Código Florestal. Ótima forma de comemorar 512 anos de história, de festejar a incapacidade brasileira de apostar na floresta em pé como diferencial para um futuro melhor.

É uma constante. Desde quando fomos "descobertos", consideraram a floresta como impedimento para o desenvolvimento. Desmataram, tiraram tinta, coloriram roupas. Desmataram, plantaram cana-de-açúcar e café. Desmataram e continuamos como um país de terceiro mundo, subdesenvolvido, com uma grande quantidade de pessoas abaixo da linha de pobreza, com muita desordem e pouco progresso. Basta prestar atenção: ainda somos uma colônia, vassalos de economias predominantes. E pôr a floresta abaixo não nos fez mais ricos. Enfim, o mais recente golpe nas nossas matas foi desobrigar a recomposição da vegetação nativa em margens de rios, as chamadas Áreas de Proteção Permanente, APPs.

O Código Florestal Brasileiro, vigente desde 1934, foi o primeiro do gênero no mundo e até alguns anos atrás era considerado exemplo aos outros países. No entanto, há tempos os deputados ruralistas vêm tentando modificá-lo, visando exclusivamente o benefício de grandes produtores. Sim, eles vestem a carapuça do 'bom moço', dizem que o Novo Código Florestal é para o pequeno produtor, que não haverá perda para o meio ambiente. Tudo conversa para boi dormir... e pastar. 

Tentar parar a mudança do Código Florestal é como a luta entre Davi e Golias: difícil, mas não impossível de se ganhar. Depois de passar pela Câmara dos Deputados, o projeto vai à sanção presidencial. Dilma, por sua vez, declarou que "tem compromisso com o Brasil" e vetará qualquer ponto do texto que julgue prejudicar as florestas.

Nós não ficaremos sentados esperando apenas que os grandes decidam. Vamos à luta e mandaremos ao Congresso uma Lei de Iniciativa Popular pelo Desmatamento Zero. Para isso, precisamos que 1% do eleitorado brasileiro, cerca de 1,4 milhões de pessoas, assine a petição. Assim, o Congresso será obrigado a debater e levar à votação esse projeto, com o diferencial de que grande parte da população fará pressão por resultados positivos. 

Hoje, no Dia da Terra, o Grupo de Voluntários do Greenpeace em Manaus estará no Parque dos Bilhares, a partir das 16:00h, recolhendo assinaturas para esse projeto de lei. Faça o seu dever de brasileiro - seja ouvido, assine!

Mostre ao mundo que é possível o desenvolvimento, sem derrubar uma árvore mais.

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